Nos últimos dias me diverti bastante cuidando dos preparativos para a chegada do meu bebê. Pensar nas cores do quarto, nos móveis e nas roupinhas é uma coisa deliciosa e ao mesmo tempo um peso na consciência, pois o consumo nada consciente parece ser a única opção disponível para pais que querem levar o famoso tripé “econômico – social – ambiental” em consideração na hora de fazer um enxoval.
Consegui fazer algumas coisas boas: herdei um berço e um cadeirão que já foram de outras duas crianças e recebi de bom grado tudo o que me ofereceram, tanto as roupinhas e objetos usados quanto os presentes. Hoje mesmo ganhei da minha cunhada um lindo macacão de menino (ela já tinha outro igual), que certamente ficará lindo na minha bebê 🙂
Também tirei da lista de chá de bebê itens que na minha pesquisa com outras mães descobri serem inúteis. Mas mesmo assim precisei comprar várias coisas.
E foi aí que o pilar “econômico” falou mais alto que todos os outros… Meu irmão foi passar uns dias em Miami e eu pedi pra ele me trazer quase tudo de lá. Tudo made in Bangladesh, tudo a US$ 10 o pacote com três, mas tudo muito, muito mais barato. Ignorei o que já aprendi sobre consumo consciente e mandei ver no cartão de crédito. E não me arrependo, pois pagar R$ 40 por um pedaço de pano de 30 centimetros, sinceramente, não está nos meus planos.
O capítulo “fraldas” é outro que me faz querer rasgar meu diploma em “gestão da sustentabilidade”… Até pesquisei e encontrei uma marca americana de fralda biodgradável, a gDiapers. Linda, cool e ecológica, parece uma excelente opção para as mães do primeiro mundo. Sorte delas, pois por aqui não há nada similar e importá-las, além de caro, seria um contrasenso responsável por muitas emissões de carbono.
Até encontrei várias mães brasileiras adeptas às fraldas de pano dizendo o quanto elas estão melhores que aquelas que nossas mães usaram. Mas, sinceramente, eu não tenho tempo nem saco pra encarar uma lavação louca desses paninhos.
Fico me cobrando maior coerência, mas preciso reconhecer que algumas mudanças ainda não são viáveis, pelo menos para mim. O bacana disso tudo é perceber o mundo de possibilidades que pessoas empreendedoras podem ter com a questão da sustentabilidade. Como bem disse Ray Anderson, o criador da InterfaceFLOR, nunca houve nada tão inspirador para a inovação quanto a sustentabilidade.
Quem sabe daqui a alguns anos não me arrisco nessa história e abro minha gDiapers brasileira?